Entre os anos de 1987 e 1988 um evento marcante chamado “O Verão da Lata”, transcendeu as areias e deixou uma marca duradoura na cultura brasileira: dezenas de latas recheadas de maconha começaram a surgir no litoral do país, desencadeando uma série de acontecimentos extraordinários.
Partindo da Austrália rumo ao Panamá, o navio Solana Star, carregado com 22 toneladas de maconha, desencadeou uma perseguição das autoridades brasileiras, levando a uma decisão desesperada da tripulação: despejá-las no mar.
Os primeiros relatos aconteceram em 25 de setembro de 1987 onde pescadores na cidade de Maricá no Rio de Janeiro encontraram 18 latas contendo em média 1,5 kg de maconha cada uma. Os pescadores assustados com a ocasião levaram às drogas à polícia militar do Rio de Janeiro, ganhando destaque nos jornais e na boca do povo, tornando a busca pelas latas lançadas nas praias brasileiras, uma corrida única entre usuários, mercenários e autoridades.
Mesmo para não consumidores, a caça tornou-se uma atividade comum, despertando o interesse temporário de surfistas, pescadores e marinheiros, afinal, havia ali uma possibilidade lucrativa em revender a erva. Ao abrirem, muitos descobriram uma experiência única: o mundo da maconha de qualidade nas praias brasileiras.
Repercussão Social e Econômica:
O “Verão da Lata” apareceu influenciando a sociedade brasileira pós-ditadura militar. Além do impacto na cultura pop, a busca frenética por latas infiltrou-se na economia informal. A influência chegou aos quadrinhos, como os de Angeli, que capturaram a essência do inusitado cenário de caça às latas. Camisetas estampadas com referências ao evento tornaram-se símbolos da época, e a música também foi impactada, como no momento em que o vocalista do UB40 recebeu uma lata no Hollywood Rock em 1988.
Permanência do “Verão da Lata” na Memória Coletiva:
O “Verão da Lata” é uma saga única e memorável na história do Brasil, onde as praias se tornaram palco de uma busca canabica que atravessou a rotina das pessoas da época. Essa narrativa peculiar misturou elementos de crime, economia informal e cultura pop, proporcionando uma experiência única e inusitada para quem vivenciou esse episódio.
Ao analisar o impacto nas áreas social, econômica, cultural e na percepção da maconha, percebemos que esse acontecimento ultrapassa seu status de evento singular. Ele representa um momento de transformação social, cultural e política na história brasileira. Celebrar o “Verão da Lata” é reconhecer não apenas as latas que surgiram nas praias, mas a riqueza de uma experiência canabica que moldou a trajetória do país e deixou um legado duradouro na memória coletiva.
Texto: Isadora Araujo
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