Cannabis no tratamento da Esclerose Múltipla

Dia 30 de maio é considerado o Dia Mundial da Esclerose Múltipla. Conhecida também como EM, a esclerose múltipla é uma doença crônica do sistema nervoso central que afeta o cérebro e a medula espinhal. Nessa matéria falaremos sobre a cannabis no tratamento da esclerose múltipla.

Essa doença ocorre quando o sistema imunológico ataca a mielina, uma substância que envolve e protege as fibras nervosas, causando danos e interferindo na comunicação entre o cérebro e o restante do corpo. A EM pode causar uma variedade de sintomas, como fadiga; fraqueza muscular; problemas de coordenação e equilíbrio; dificuldades cognitivas; e alterações de humor.

Cannabis no tratamento da Esclerose Múltipla

Todos os anos essa data de 30 de maio serve para conscientizar a população sobre a realidade diária das pessoas diagnosticadas com EM. Segundo a própria campanha, em 2023 os objetivos são:

Desafiar as barreiras sociais e o estigma que podem deixar as pessoas afetadas pela EM se sentindo sozinhas e isoladas;
Desenvolver comunidades que apoiam e cuidam das pessoas afetadas pela EM;
Promover o autocuidado e um modo de vida saudável com EM;
Pressionar os decisores para conseguir serviços melhores e tratamentos eficazes para pessoas com EM; e
Ligar as pessoas afetadas pela EM à investigação da doença.

Hoje há alguns tratamentos para esclerose múltipla. Eles consistem em reduzir a progressão da doença, controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Entre as abordagens terapêuticas disponíveis estão medicamentos imunomoduladores, terapia de reabilitação, medicamentos para controlar os sintomas e outras intervenções de suporte.

Mas, um modelo de tratamento que tem se destacado pela eficiência e baixas reações é a utilização da cannabis. Pesquisas já identificam que a planta auxilia no controle e diminuição dos sintomas da doença.

Alguns estudiosos sugerem que certos componentes da erva, como o THC e o CBD, podem ter efeitos benéficos no alívio dos principais sintomas da EM.

Análises clínicas também mostraram que a cannabis pode ajudar a reduzir a espasticidade muscular, a dor, as perturbações e a fadiga em pacientes com esclerose múltipla. Além disso, alguns portadores da condição relataram melhora da qualidade de vida e do bem-estar geral com o uso da cannabis.

A eficácia e a segurança do uso de planta para tratamento de uma doença tão severa ainda não foram totalmente estabelecidas, mas a própria Agência Nacional de de Vigilância Sanitária (Anvisa) considerou o uso da cannabis como um medicamento eficiente para o tratamento de espasmos musculares, sejam eles moderados ou até graves.

Médicos do mundo todo que seguem analisando formas de garantir mais dignidade a pacientes com doenças degenerativas já apontam para a cannabis como solução no alívio da dor e na possibilidade de diminuir drasticamente os sintomas da EM, afinal, a doença é degenerativa e incurável, o que não significa que o portador não possa lidar com a sua condição de uma forma mais natural e menos dolorosa.

Além das melhorias asseguradas nos estudos, também foi percebido uma redução grande de inflamações e também na melhora do sono, ou seja, o quadro geral fica mais estável com o uso do CBD e THC.

No Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) está perto de tomar uma de suas mais importantes decisões, ao descriminalizar o porte da cannabis para uso pessoal. É com esse tipo de discussão e entendimento que vamos avançar para além do uso, mas garantindo mais espaço para a indústria da moda, do meio ambiente e principalmente da saúde.

Poucos produtos naturais são tão capazes de fazer a diferença como a cannabis. Por isso, neste dia 30 de maio é sempre importante lembrar que há formas de assegurar melhores condições de vida para milhares de pessoas, basta largar os preconceitos de lado e dar uma chance para novas opções de tratamento e de possibilidades.

Texto: Brayan Valêncio