Não é surpresa que a Maconha e suas aplicações já fossem conhecidas pelos povos da Ásia e Oriente Médio há mais de 2 mil anos, e os israelitas bíblicos não são exceção, uma vez que estavam cercados por culturas que usavam a planta. Curiosamente, há evidências de que o cânhamo, uma variedade da planta Cannabis sativa, foi mencionado em textos antigos da Bíblia, fornecendo uma visão intrigante sobre o uso histórico dessa planta fascinante.
Evidências da Maconha na Bíblia
O cânhamo é uma planta da família das cannabaceae, que possui uma longa história de utilização por várias culturas em diferentes partes do mundo, sendo utilizado na produção de papel, tecidos, cordas, alimentos, cosméticos e até mesmo na construção civil. E há mais de um século, historiadores documentam referências ao cânhamo nas escrituras hebraicas originais (Antigo Testamento), onde existem evidências de que era utilizada tanto como incenso, integrando a celebração religiosa, quanto como antioxidante, dentre outras aplicações medicinais.
Em 1936, Sula Benet, uma etimóloga polonesa do Instituto de Ciências Antropológicas de Varsóvia, estabeleceu uma evidência profunda do uso de maconha na linguagem hebraica. Em seu estudo etimológico comparativo, Benet documentou que nas Escrituras Hebraicas e sua tradução em aramaico, o Targum Onculos, o cânhamo é referido como q’neh bosm, também traduzido como kaneh bosem, keneh bosem, kaniebosm, e em hebraico tradicional como kannabos ou kannabus. A raiz “kan” nesta construção significa “cana” ou “cânhamo”, enquanto “bosm” significa “aromático”. Essa palavra aparece em Êxodo 30:23, Cântico dos Cânticos 4:14, Isaías 43:24, Jeremias 6:20 e Ezequiel 27:19. A pesquisa etimológica de Benet mostrou a semelhança entre a pronúncia cognitiva de cannabis e qeneh bosem, e comparou o termo com os nomes usados para a cannabis em reinos contemporâneos, como o termo assírio e babilônico, qunubu.
De fato, o termo q’neh bosem é a tradução hebraica de um termo Indo-Europeu anterior para a planta, canna, o que indica que o uso ritual da cannabis chegou aos hebreus de fontes estrangeiras como um item comercial, mantendo os aspectos centrais de seu nome original. Isso mostra que a evidência do uso de maconha na linguagem hebraica remonta a tempos antigos, com raízes linguísticas profundas.
Inicialmente, a maconha era considerada favorável e fazia parte de um óleo sagrado de unção usado para consagrar indivíduos escolhidos, tornando-os “ungidos” (Messias ou Cristo). A crisma, que envolve derramar o óleo da unção sobre a cabeça, era usada para purificar e conferir poder ou majestade, sendo comum na coroação de reis, sacerdotes e profetas. A cannabis, identificada como “Cannabis sativa” ou “kaneh bosm” no Antigo Testamento, era combinada com especiarias perfumadas como canela, cássia e mirra. Essas especiarias também tinham propriedades estimulantes e medicinais.
No entanto, ao longo do tempo, a referência à cannabis foi substituída pela tradução “calamus” na Septuaginta e em outros textos bíblicos, o que levou ao desaparecimento da maconha das Escrituras Hebraicas. Passagens como Isaías 43:24 e Jeremias 6:20 condenam os hebreus por não oferecerem cannabis a Yahweh, indicando associações pagãs e estrangeiras com a planta.
E nos tempos de Jesus Cristo?
O termo “Cristo” é uma tradução grega do Messias hebraico, que significa “ungido”, referindo-se ao uso de óleo de unção descrito em Êxodo 30:23. Nas Escrituras Cristãs, Jesus não batiza seus próprios discípulos, mas, conforme o evangelho sinótico mais antigo, ele envia seus seguidores para curar com óleo de unção: “Eles expulsaram muitos demônios e ungiram com óleo muitos doentes e curados” (Marcos 6:13). Após a morte de Jesus, Tiago também menciona o uso de óleo de unção para cura: “Algum de vocês está doente? Ele deveria chamar os anciãos da igreja para orar sobre ele e ungi-lo com óleo em nome do Senhor” (Tiago 5:14).
Naquele tempo, doenças como a epilepsia eram frequentemente atribuídas a possessão demoníaca, e alguém se curar dela era considerado um milagre. Curiosamente, a cannabis tem se mostrado cada vez mais eficaz no tratamento não apenas da epilepsia, mas de muitas outras doenças que Jesus e seus discípulos curaram, como as doenças de pele (Mateus 8:1-4, 10:8, 11:5; Marcos 1:40-45; Lucas 5:12-14, 7:22, 17:11-19), problemas oculares (João 9:6-15) ou menstruais (Lucas 8:43-48).
O livro apócrifo (não incluído no cânon oficial da Bíblia) de Tomás se refere aos efeitos enteógenos de uma pomada específica, mencionando que o óleo sagrado é dado para santificação, revelando mistérios ocultos e desdobrando partes escondidas. A pomada é comparada à planta da bondade, que humilha as ações teimosas e revela tesouros escondidos, e seu poder é invocado por meio da unção.
Lembrando que cristãos, ou aqueles que foram untados ou ungidos com o óleo sagrado, receberam o nome de “cristãos” em referência à prática da crisma com óleo de unção (João I 2:20).
Curiosidade:
Alguns textos apócrifos sugerem que Jesus Cristo poderia ter sido membro da Ordem dos Essênios, uma seita judaica antiga que compartilhava crenças em comum, como a pureza ritual, a importância da comunidade e a busca pela sabedoria espiritual. Eles eram conhecedores das propriedades medicinais das plantas e adeptos do uso de remédios à base de ervas para tratar doenças e promover a saúde. No entanto, a associação direta de Jesus com os Essênios ainda é objeto de debate entre os estudiosos. Faz pensar, né?
Em resumo, as referências bíblicas à cannabis são complexas e sujeitas a interpretações diferentes. Enquanto algumas teorias sugerem que a planta era usada positivamente em rituais e práticas medicinais, outras interpretações apontam que ao longo do tempo foi associada ao estrangeiro e práticas pagãs, levando à sua desaprovação entre os antigos hebreus e seu desaparecimento das escrituras hebraicas ao longo da história. A compreensão completa do papel da cannabis na cultura hebraica antiga ainda está sujeita a pesquisa e discussão entre os estudiosos.
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Texto: Alex Chagas
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Referências:
HOLLAND, Julie, M.D. (Org.). O livro da Maconha. 1ª ed. São Paulo: Editora Vista Chinesa, 2014.
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2 comments
Canabes solução do além das massas mentes o mundo precisa dela
Ora , as pessoas mais interessadas na liberação da maconha e etç, não o faz por motivos apontados aqui . Aqui no Brasil Estas plantas são comercializadas com má intenção e como ferramenta de destruição .Quantas famílias sofre por causa destes fomentadores de males …????