Uma das vantagens da globalização é poder desfrutar das mais diferentes culturas e entender um pouco da origem de cada crença e sociedade. Nada mais comum do que comer um belo kibe a tarde e jantar sushi e no dia seguinte pedir pizza ou hambúrguer. Tudo isso porque o mundo ficou a um palmo das nossas mãos.
Mas, mesmo em meio a um gigantesco intercâmbio cultural, também há um movimento crescente pelo respeito e resguardo de padrões de vida regionais. Porque não basta só convergir, é preciso respeitar as tradições e entendê-las como parte viva da construção da humanidade.
Uma das vivências pouco explorada e que às vezes acaba perdida em meio a tantos avanços tecnológicos é a história do haxixe. Originário da ásia, o material rico em THC (e outros fitocanabinóides) foi descoberto há milênios e serviu para diversas funções, como para fins medicinais e também como objetos do cotidiano.
O Marrocos é documentado como um dos primeiros países a produzir o haxixe e até hoje é destaque no comércio deste produto. Apesar da proibição local, estima-se hoje que 10% do Produto Interno Bruto do país é de origem canabica, o que basicamente quer dizer que entre tantas áreas que compõem as receitas de um país, uma das que mais seguram o patamar da economia marroquina é justamente a produção e comercialização de cannabis.
Só a título de comparação, o turismo representa 8% do PIB do Brasil, ou seja, a cannabis é mais importante para o desenvolvimento do Marrocos do que o turismo é para o nosso país.
No Marrocos o consumo da cannabis é uma tradição. A utilização para fins religiosos e medicinais era visto como natural pelos diversos grupos que ocupavam a região. Com o passar do tempo o haxixe ganhou projeção no país do norte da África, mas lá as plantas são destinadas para a produção do dry sif, um concentrado de cannabis feito após peneirar o material vegetal por meio de uma série de telas.
Esse processo é histórico e passado de geração em geração como um ritual mesmo. Basicamente as plantas, após estarem secas, são destinadas a espaços grandes e cobertos por uma tela fina e uma lona. E com essa peneira é que se formam os haxixes locais.
O processo é todo mais manufaturado e feito com base nas experiências anteriores, ou seja, não há inovação ou tentativa de mudar o processo. A ideia é garantir que o produto final seja como sempre foi, o que em tese é a garantia do sucesso, além de ter ali só o que realmente é necessário para entregar um bom consumo medicinal ou recreativo.
O mundo todo conhece e reconhece os prazeres do haxixe marroquino e sua técnica única e indiscutivelmente eficaz. O mais interessante é que o haxixe sobreviveu ao tempo e também foi utilizado em diversas culturas, como os gregos, romanos, árabes e indianos, até os tempos atuais.
Mas, como dissemos antes, mesmo com a globalização e os avanços, algumas culturas seguem lidando com suas tradições com respeito e garantindo que processos históricos permaneçam vivos. O Marrocos é um exemplo de respeito às suas origens e tem conquistado mercados mundiais, como o holandês, só valorizando suas próprias raízes antes de buscar novas metodologias dos tempos atuais.
Texto: Brayan Valêncio
Leia também:
A cannabis e o movimento Rastafári
Lubrificante íntimo de Cannabis para Mulheres
Somos a leds indoor, marca que nasceu em 2018 com o propósito de oferecer produtos de alta performance no cultivo indoor, com um atendimento de qualidade e empatia com as necessidades do cliente.
Nossa visão é se consolidar no mercado oferecendo linhas de equipamentos de fabricação própria com qualidade de ponta a ponta.
Acompanhados de nossos valores, que são o relacionamento com o cliente, comunicação transparente e qualidade nos produtos e informações, sendo uma referência de confiança na área.