Convidamos o Barba Grower para nos trazer um pouco de sua jornada e experiência como grower nesse texto empolgante, vem com a gente ver um poucos dos desafios de cultivar cannabis.
Salve, meus marcriados do calcanhar rachado! Tudo bem por aí? Primeiro, quero agradecer à leds indoor pelo espaço aqui no Blog. Nós somos marcriados, mas somos educados, rsrs. Para mim, é um privilégio estar aqui compartilhando um pouco da minha história. Então, prepara aquele banza, que a história começará!
Hoje, compartilharei uma história mais informal, sobre um jardineiro amador, mas dedicado. Acredito que muitos de vocês que estão lendo isso agora também não tinham ideia de como cultivar maconha. Eu só conhecia a folha e o prensado, a realidade mais próxima na época.
Para quem não me conhece, sou conhecido como @barbagrower no Instagram. Tudo começou com o nosso prensado de todo dia. A situação estava feia demais, preto, fedido, parecia vir pelo escapamento do carro… mas aquilo ali era uma planta, não deveria ser difícil, certo?
Plantar não é difícil, mas há muitos detalhes que eu nem imaginava na época. Eu só queria plantar, mas tinha muito a aprender. Felizmente, nessa época, o acesso à informação já era um pouco melhor (meados de 2014). Mesmo com algumas dificuldades, o Google era meu amigo e respondia às minhas perguntas: “como plantar maconha?”
Me deparei com um mar de informações. Naquela época, eu só tinha disposição e vontade de plantar. Embora a maneira de fazer isso ainda ser um mistério para mim, já possuía um ponto de partida: as sementes do prensado. Comecei colocando-as num algodão, igual fazíamos com feijão na escola. Confiei que fosse dar certo, mas não foi bem assim. Eu ainda não havia feito pesquisas suficientes e descobri que as sementes precisam de cuidados especiais, especialmente aquelas de origem duvidosa, que eram mais difíceis de germinar.
Um dia, por acaso, aquelas sementes que haviam ficado no algodão molhado por alguns dias (e eu achava que não iam vingar) e foram descartadas num pote com terra preta, brotaram milagrosamente. No entanto, naquela época, eu não tinha mais nenhum plano e, com excesso de cuidados, acabei afogando as pobrezinhas. Mas tudo bem, bola pra frente.
Agora eu tinha um objetivo claro. E casualmente, ouvindo Cidade Verde Sounds, me deparei com uma menção a um lugar onde poderia encontrar informações se quisesse plantar: o fórum do Growroom. Era um lugar com dezenas de pessoas online, compartilhando informações sobre cultivo, era incrível!
Havia informações sobre como improvisar materiais, como montar estufas dentro de armários, indicações de produtos, textos sobre maconha já traduzidos para o português, diários de cultivo. Uma bênção para quem procurava informações, mas também uma maldição, porque um amador pode se perder facilmente com tanta informação ao mesmo tempo, siglas e termos que você nunca tinha ouvido antes.
No entanto, eu tinha um objetivo: cultivar de forma orgânica. Isso já reduziu bastante minhas opções, mas ainda havia muitas maneiras de cultivar organicamente, o que dificultava manter o foco no início. Sempre acabava seguindo o conselho de alguém, o que muitas vezes eram conselhos bem diferentes, e isso acabava resultando em confusão.
Com o tempo no fórum, comecei a acompanhar as rotinas de jardineiros mais experientes. Isso me ajudou a me organizar melhor, encontrando projetos D.I.Y. (faça você mesmo) que mostravam como executar o plano mesmo com um orçamento apertado.
Meu primeiro projeto foi resgatar um gabinete de computador abandonado na casa da minha mãe. Ingenuamente, achei que precisava de mais espaço. Então, reutilizei algumas coisas do computador e, dentro de uma sapateira, as coisas começaram a dar certo. Naquela época, um dos maiores desafios era encontrar produtos. Não havia muitos disponíveis em lojas de jardinagem convencionais e, na internet, somado ao frete, ficava muito caro. Acredito que para muitos ainda seja assim. As pessoas nas lojas de jardinagem me olhavam com suspeita quando eu pedia algo tão incomum. “O que diabos é perlita?”
E quando finalmente me sentia pronto para plantar, ainda não havia encontrado um lugar para comprar a famosa turfa e perlita, que seria a base perfeita para o substrato.
No entanto, fiz algumas amizades e quem tem um amigo tem tudo. Uma senhora firme e direta, muito parecida com minha avó, dona de uma loja de jardinagem, me deu uma dica valiosa: explicou que as orquídeas não precisam de terra, mas de um substrato aerado. Ela me trouxe um saco com fibra de coco, biochar e sphagnum, além de me orientar a preparar uma espécie de brigadeiro, misturando um pouco de torta de mamona e farinha de ossos, adicionando água até formar bolinhas. Sempre que regasse minha “orquídea”, eu deveria regar por cima desse brigadeiro. Funcionou! Foi nesse momento que percebi que podia fazer muito com muito pouco.
Infelizmente, essa planta não terminou seu ciclo de vida. Eu estava descuidando de algo muito importante: a segurança. Percebi que aquelas lâmpadas fluorescentes não fariam milagres, então comecei a deixar as plantas no sol o máximo que conseguia e complementava com a Sapateira Grow para garantir as horas de luz necessárias para a fase vegetativa. No entanto, alguém viu a planta e me deixou em dúvida. Naquele momento, não vi alternativa melhor senão pausar meus planos até que fosse seguro novamente. Lembre-se sempre: o segredo do sucesso é o segredo.
Alguns anos depois, em outra residência e em outro momento da vida, ganhei um presente: um punhado de maconha que havia sido cultivada por um conhecido. E o que ela tinha de novo? SEMENTES! Toda aquela vontade de cultivar voltou à tona.
Desta vez, eu tinha um pouco mais de experiência e estabilidade financeira. Durante todo esse tempo, eu tinha me envolvido com o cultivo de outras coisas em casa, como leguminosas, hortaliças, suculentas, etc., mas sem muito compromisso, apenas para diversão e com o mínimo de esforço. Mas quando voltei ao cultivo da maconha, parecia que eu estava me enrolando de novo. As plantas eram pequenas e estavam claramente travadas por flutuações de pH, ficando sob uma luz de LED roxo (sim, eu também já caí nessa…), que nem fazia crescer feijão em algodão.
Minha moral estava abalada, mas continuei pesquisando e foi assim que encontrei um produto que estava em fase de testes e prometia algo revolucionário. Esse produto era o FLOWERMIND, um fertilizante que prometia não precisar controlar o maldito pH, que meu medidor amarelo e mal calibrado não conseguia acertar de jeito nenhum.
Pensei: “Isso deve ser um golpe!”, mas a frustração de tentar controlar esses parâmetros era maior. Então, decidi apostar naquele produto com todo o dinheiro que eu tinha. Comprei, chegou e funcionou. As plantas não morriam mais, e o sonho da autossuficiência estava cada vez mais próximo.
Fui me organizando de novo, coloquei a cara e montei uma estufa de cultivo com canos de PVC e lona. Foi aí que comecei a levar as coisas mais a sério. O dinheiro ainda era curto, mas fazíamos o melhor com o que tínhamos. Hoje, penso e recomendo que seja melhor planejar, economizar e depois executar. No entanto, há pessoas que, como eu, precisam fazer conforme as coisas acontecem, até que chegam a um ponto em que estão satisfeitas.
Após alguns ciclos, as coisas começaram a evoluir. Agora, eu tinha uma tenda própria para o cultivo. Era uma tenda comprada de segunda mão, mas eu me sentia no céu porque tinha finalmente saído da gambiarra e da exposição.
Agora, eu tinha uma iluminação que me permitia cultivar apenas indoor. Tudo estava indo muito bem, com seus problemas de amador, mas estava indo. Eu usava dois times de substrato. Enquanto um estava em manutenção, o outro estava na tenda, alimentado com Flowermind. Quando terminava o ciclo, precisava fazer o rodízio.
No entanto, essa dinâmica me incomodava um pouco. Muitos litros de substrato precisavam ser manuseados, sujeira e tempo eram gastos nessa rotina. Eu sempre sonhava com a memória antiga de quando vi no Youtube um senhor muito louco conhecido como Jorge Cervantes. Naquela época, nem sabia da sua importância no mundo da maconha, mas ficava admirado com o lindo jardim que ele tinha nos fundos de sua casa, com canteiros altos e grandes, onde cultivava plantas enormes, nem sonhava em ter algo parecido.
Até que me deparei com o perfil do nosso colega @MatinhoCheiroso no Instagram. Olhei para o cultivo dele e pensei: esse cara cultiva em vasos enormes dentro de uma tenda, igual ao que o outro velho faz fora de casa. Alimentar o solo e deixar o solo fazer todo o trabalho para você, de forma cíclica, igual à natureza faz há centenas de anos.
Aí está, eu queria isso também. Foi nesse momento que encontrei o cultivo direto, o método de cultivo que uso até hoje. Ainda uso o Flowermind em muitas rotinas vegetativas, pois, por mais incrível que eu ache o cultivo direto, ainda acho que nessa fase vegetativa, o que mais tem dado certo PARA MIM é usar um fertilizante orgânico. Tenho certeza de que, daqui a algum tempo, pode ser de outra forma. E assim seguimos.
Agradeço a todos que chegaram até o fim dessa jornada. Este foi um resumo dos meus 8 anos até agora. A principal mensagem que gostaria de deixar para quem chegou até aqui é: “A gente aprende, aprende e ainda vamos morrer burros”. Continue pesquisando e estudando, o aprendizado é eterno!
Se você ficou interessado em saber mais sobre alguns dos assuntos que mencionei neste texto, é só chamar lá no WhatsApp da leds indoor. Lá, eles possuem uma equipe pronta para ajudar com dúvidas sobre cultivo. Não fique acanhado, hoje em dia está muito mais fácil. Então, vamos lá, arregaçar as mangas e começar a cultivar.
Um beijo e um abraço para todes, Tio Barba.
Texto: Barba Grower
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